Durante muitas décadas, estudantes e profissionais do marketing usaram o Marketing Mix – ou a Teoria dos 4P’s - nas suas estratégias. Ao longo dos tempos, muitas foram as empresas que alavancaram os seus negócios, baseado as suas estratégias de marketing nos pilares desta teoria - Product, Price, Placement e Promotion. No entanto, com a rápida evolução do mercado e a entrada na Era Digital, surgiu a necessidade de acrescentar mais P’s a esta teoria. Conrado Adolpho foi mais longe e desenvolveu a metodologia dos 8P’s. Uma estratégia totalmente adaptada aos novos tempos e inteiramente focada no Marketing Digital. Segundo o autor de “Os 8 P’s do Marketing Digital”, foram precisos alguns anos de muitas experiências, tentativas e inúmeros erros para chegar a esta estrutura. Conrado defende que uma estratégia eficiente deve começar pela Pesquisa, seguindo pelo Planeamento, passando pela Produção, pela Publicação, Promoção, Propagação, Personalização e por fim pela Precisão.
Primeiro P - Pesquisa
O primeiro “P” desta metodologia trata do profundo conhecimento da persona e do seu comportamento. O objetivo é definir e conhecer de forma pormenorizada a nossa persona, analisando o “rasto” que ela deixa on-line e interpretando-o. Ao estudarmos este comportamento sem que a nossa persona se aperceba, conseguimos observar as atitudes mais sinceras. Nesta análise é importante falarmos com os nossos clientes atuais assim como com potenciais novos clientes. Para conseguirmos de fazê-lo de forma eficaz é pratica comum a utilização de formulários on-line, pesquisas de satisfação, opinião, entre outros. A atitude e opinião do consumidor digital está sempre a mudar e é extremamente influenciado pelo meio. Para percebermos qual a melhor forma de agir, devemos basearmo-nos em dois pilares importantes no marketing digital:
• Acessibilidade – Saber quais as palavras-chave mais pesquisadas na nossa área de negócio permite-nos perceber quais as que devemos usar.
• Credibilidade – Perceber como, onde, o que estão a falar sobre nós ou a nossa área de negócio e interagir nesses ambientes permite dar-nos a conhecer – assim, construímos relações e a nossa imagem/reputação.
Em suma, bons resultados dependem de:
• Pesquisa/estudo de usuários da internet;
• Escolha do segmento adequado à área de negócio;
• Personalização de soluções e comunicação específica para o público-alvo.
Segundo P - Planeamento
Depois de um pormenorizado conhecimento sobre o nosso público-alvo e de como este se comporta na web, chega a altura de planear cada passo da nossa estratégia. Para além de uma equipa alinhada rumo ao mesmo objetivo é importante ter bem esclarecidos alguns pontos como:
→ Em que negócio estou.
→ Em que negócio quero estar.
→ O que faço de melhor.
→ Como quero ser percebido pelo mercado.
→ Qual a missão crítica da minha plataforma.
Respondidas todas as questões e definidos os objetivos, é chegada a altura de elaborar o documento que será a diretriz de todos o projeto. Segundo Conrado, é muito normal que haja ajustes, desde que não ultrapassem os 20%. A acontecer, é importante perceber o porquê desde desvio.
Para elaborar um bom plano devemos ter em conta uma série de fatores: → O layout a ser desenvolvido;
→ O estudo de quais as melhores palavras-chave para trabalhar as técnicas SEO (Search Engine optimization);
→ O estudo de quais as melhores palavras-chave;
→ Como será feito o trabalho nas redes sociais:
. Divulgação de links patrocinados;
. Quais serão os indicadores de resultados que as ferramentas de análise
medirão.
→ Mostrar de que forma o site se irá transformar numa plataforma de negócios;
→ Analisar a concorrência (Desde a análise SEO até ao estudo dos sites).
Terceiro P - Produção
Tão importante como as ideias que temos no papel é passá-las para a acção. Neste caso, para o on-line. Aqui falamos de Inbound Marketing: Lado a lado com o marketing de conteúdo, aqui trabalha-se diretamente a parte comercial do negócio em ambiente virtual. A parte mais importante é o conteúdo que criamos e oferecemos ao nosso cliente, este é fundamental para o sucesso da nossa estratégia quer seja ele em sites, blogs, e-book, etc.
O foco do terceiro "P" é atrair, reter e persuadir os potenciais clientes a deixar algo que possibilite uma futura relação com ele.
Na construção do site de uma empresa há aspetos muito importantes a ter em conta:
✓ Utilidade - De acordo com aquilo que o consumidor considera útil;
✓ Técnicas de Otimização - Marketing de Conteúdo / SEO / Estratégias em redes sociais;
✓ Layout - Que vá ao encontro daquilo que os consumidores considerem ser um bom layout (encontrado depois de múltiplos testes realizados no 1ºP).
Quarto P - Publicação
Chegou o momento de perceber como a plataforma da empresa deverá funcionar.
O conteúdo da nossa plataforma é o responsável por gerar valor à marca e determinante no relacionamento com a nossa persona. Isto é, deve ser otimizado, tendo em conta a gestão de tráfego pela pesquisa orgânica do google e deve ser persuasivo para o cliente.
Com a otimização - com recursos a técnicas SEO - conseguimos garantir os primeiros lugares nas páginas.
Através de um conteúdo persuasivo, conseguimos despertar o interesse da nossa persona e aumentar a taxa de conversão. Por norma, as empresas começam a sua atividade on-line com a construção de um site.
Interessa perceber, como devemos construi-lo para que seja uma plataforma eficaz:
• Conter o máximo de informação possível sobre o nosso negócio. Quanto mais informação, maior é o grau de confiança que transmite ao consumidor;
• Ser construído com as palavras-chave mais pesquisadas – atendendo à nossa área de negócio;
• Ter conteúdo persuasivo por forma a reter o consumidor e, mais uma vez, gerar credibilidade;
• Induzir o cliente a deixar algum dado seu – e-mail, contacto, etc.;
• Ter um código otimizado, conforme explicado anteriormente.
Quinto P - Promoção
Desengane-se quem julga que basta fazer um site, ter um bom conteúdo e deixar que ele faça o resto. O site deve ser "alimentado" regularmente para atingir os objetivos delineados no 2ºP. Ser apenas a empresa a difundir a informação é muito dispendioso para a mesma e não surte o mesmo efeito junto dos consumidores. Aliás, deverão ser os próprios a encarregar-se de difundir a informação e a tornarem-se embaixadores da nossa marca.
Claro que para ter recurso à melhor de todas as publicidades – boca a boca - há que ter em conta algumas dicas para a criação de conteúdo que incentive a partilha.
• Mensagens de cariz humano tendem a ser mais partilhadas;
• Partilhar o conteúdo em múltiplas plataformas e grupos on-line;
• Criar parcerias com influencers, bloguers, entre outras figuras influentes nas redes sociais.
Sexto P - Propagação
Chegámos ao ponto desejado, aquele em que o que produzimos ganha vida própria e torna-se viral. Conrado Adolpho considera que o marketing viral é a forma mais lucrativa, eficiente e fiável para atingir os consumidores de todos os segmentos.
Hoje em dia, as decisões dos consumidores são influenciadas pela sua rede de contactos.
Fazer campanhas para aumentar os fãs e seguidores é uma das estratégias a usar para garantir a propagação do nosso conteúdo.
Por outro lado, através de determinadas técnicas, conseguimos levar as pessoas, não só a espalharem o nosso conteúdo, como também a criarem algum. Nota importante! Não devemos focar a nossa atenção no ciclo de vida do produto, mas sim no ciclo de vida do relacionamento com o consumidor.
Sétimo P - Personalização
Cada pessoa tem a sua forma de perceber as coisas, a sua experiência de vida e até mesmo a sua personalidade. Todos estes fatores influenciam a interpretação das mensagens que queremos passar. Daqui surge a necessidade de segmentar o nosso público e a perceção inequívoca de que é cada vez mais importante falar diretamente para cada pessoa. Desta forma, criamos um relacionamento próximo com o nosso cliente.
No entanto, uma coisa é a teoria, outra é a prática. Para isso, seguem algumas dicas para esta aproximação:
→ Aproveitar a sazonalidade personalizada (Data de aniversário, casamento, nascimento do filho, etc).
→ Criar conteúdos personalizados, especialmente dedicados ao nosso cliente.
→ Criar uma lisa devidamente segmenta para e-mail marketing.
→ Acompanhar o cliente e analisar os seus comportamentos no site. A partir da mensuração - análise de dados do site e do comportamento do consumidor – conseguimos ter uma perceção do que está a resultar e daquilo que devemos alterar na nossa estratégia.
Oitavo P - Precisão
Medir todos os passos da nossa estratégia é fundamental para alcançar os objetivos definidos. A análise de dados está a ganhar cada vez mais terreno nas estratégias de marketing.
Existem ferramentas on-line que nos permitem perceber qual o caminho a seguir. Estas fornecem-nos inúmeras informações, como por exemplo:
✓ As palavras-chave mais pesquisadas;
✓ Quais os blogues ou sites que encaminham mais visitantes;
✓ Quanto tempo os visitantes passam no site e em que páginas.
Entenda-se que o acompanhamento de dados deve acontecer desde o 1º P. Nessa fase, a supervisão baseia-se nos comportamentos dos consumidores da internet como um todo. A análise de dados está presente nas diferentes etapas desta metodologia, sendo que no 8º P, esta é mais precisa, tal como a própria denominação indica. Neste último item, a pesquisa incide sobre o que o nosso consumidor faz no nosso site e a forma como este interage com a nossa marca.
Medir os resultados do nosso negócio é uma das partes mais importantes da estratégia e a que trás mais resultados em termos de custo-benefício e retorno sobre o nosso investimento.
“Insanidade é querer resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas”.
Nesta afirmação Conrado Adolpho defende que para termos resultados diferentes – objetivamente melhorias – temos que experimentar coisas novas e caminhos dispares.
No meu ponto de vista, os 8P’s completam-se. Juntos formam a base de uma estratégia que na prática terá inúmeras formas e sentidos limitados apenas à criatividade de cada pessoa.
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